quarta-feira, junho 10, 2009

Refinada

Acho que me refinei… tornei-me refinada… Sem dúvida!

A vida que por vezes a tantos choca, a mim não, acho natural e depois outras experiências por que tenho que passar chocam-me! Pergunto-me milhentas vezes, mas não encontro a resposta. Preferia que lacerasse por saber responder aos porquês que estes acontecimentos deixam, do que ficar deveras emparvecida.

Se isto é um sinal de que algures no tempo refinei ou retardei… enfim, provavelmente sou um bocado convencional no que diz respeito a entregas e dedicações aos amigos, aos amores e a vida… E quando algo acontece que não estava a espera, que me surpreende, fico assim a meias que atrapalhada, sem saber se me hei-de rir por ser “totó” ao ponto de afigurar as pessoas fiéis e conscientes dos seus actos e atitudes e o que esses englobam, se chorar por não ter a capacidade de ser como eles, de me olhar no espelho e pensar “quero mais que o mundo se exploda, porque o que prevalece é  a minha vontade e à minha maneira”!

Mas depois pergunto-me “Rita e os outros? podes ferir alguém… é melhor não o fazeres!” e acabo por não o fazer… pusilanimidade ou percepção de que já não sou miúda nenhuma e que a vida com lacerações no peito é bem mais difícil de levar. Eu sei… dá outra pica de viver, dá outra luta, mas quando sabemos que são totalmente previsíveis os estragos, porque raio não se para a tempo? Porque somos acompanhados por uma vontade que quase nos obriga a cair para levantar depois! Vezes e vezes sem conta…

Eu farto-me de cair sozinha… levanto-me e sigo em frente! Mas posso ser sincera ao ponto de dizer que ao menos sempre que caí, foi por acreditar em algo e que com isso fui refinando a minha personalidade, a minha forma de ver que continuo a ter valores bem firmes e que respeito sempre (até saber que se merece!) o outro lado…

Viver com gosto, saber que se é pessoa de uma pessoa só, amigo honesto, sério e justo de quem nos rodeia, sempre fez parte da minha orientação… viver com motivos, prazeres, tristezas e alegrias que contem só como mais uma (cheias de frieza e de inutilidade…) história do que realmente somos! Fazer por dar gosto, amar alguém porque realmente vale a pena amar, sentir tudo o que nos rodeia… e poder chegar ao fim do dia e sorrir por poder ser um refinado no que diz respeito à relação com o mundo!

 Talvez!

 

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