quinta-feira, maio 14, 2009

Confissões Anónimas (mas pouco!)

Olá o meu nome é Rita, tenho 25 anos e não consumo álcool desde sábado! Sofro de uma doença estranha e pouco vulgar chamada endometrisose, que infelizmente é para a vida toda e não tem cura (limita só um pouco em alguns aspectos!) acabei o meu curso (suadíssimo) há um ano e estou a trabalhar…  

Tenho uma família de loucos, composta por um pai que sofreu um AVC, há 8 anos, onde perdeu 40% do lado esquerdo do cérebro, que ficou bastante afectado a nível emocional e comportamental, com quem me bato de frente, de lado todos os dias... É raro o dia em que não temos comportamentos estranhos um com o outro, uma mãe que trabalha dia e noite para aguentar a família toda saudável a nível psicológico que sem dúvida é das pessoas que mais me ajuda a conduzir a minha vida e me orienta sempre no melhor caminho (embora muitas vezes eu faça desvios!!! típico!), duas irmãs, uma que está sempre a milhas de distância a nível afectivo (triste é saber que não contamos uma com a outra, sem ser para apertos familiares e festas de aniversário!) e outra que além de atravessar problemas da idade é o meu pequeno tesourinho (que me faz rir e chorar num apiçe, mas porra é bem especial!), um avô espectacular que sofre da doença de Alzheimer e já tem dias que nem sequer sabe quem sou e a sua esposa, a minha avozinha “chique” que sempre teve uma pancada muito grande (com direitos a internamento no Júlio de Matos) e que além dos três by pass’s no coração, tem uma prótese num joelho e sofre de artrite, artroses, reumático e mais umas quantas pesadas para a mobilidade normal do ser humano, a outra avó que já perdeu o avô, alentejana cheia de orgulho e com uma força de viver espectacular, mãe da mãe e mais dois tios, tios esses que já há uns valentes 25 anos que são maiores de idade e ainda lá moram em casa, um que tem um filho a quem não passa cartão nenhum, alcoólico, viciado em jogo e algumas coisas que eu desconheço completamente, o outro, não arranja forma de ganhar juízo, sempre a sofrer por questões fúteis… Tenho ainda a Layla, a minha fiel companheira canina, que está constantemente a arranjar doenças aqui e ali que sempre me matam o coração de preocupação.

Posso dizer que, não tenho propriamente uma vida facilitada, mas não vergo, não vergamos e apesar dos podres todos, somos uma família que mal ou bem se vai apoiando e ajudando como consegue e sobretudo como sabe, uns sempre cobrando mais e outros dando menos. Mas todos nos tentamos completar, para que seja uma família feliz!

Não vou dizer que queria outra vida que não esta, pois posso-me considerar muito abençoada e feliz no meio de tanta contradição... Mas lá diz o ditado não há famílias normais nem perfeitas e se houver é porque simplesmente não gostam uns dos outros e fazem o dito frete!

Como vêm… Ninguém é perfeito e não temos tudo o que queremos e nessas alturas lutamos para ter e agarrar mais oportunidades e ser um bocadinho mais feliz e partilhar com os nossos, com aqueles que só a vida nos pode tirar! E é tão bom!!!

Bem haja a todos!

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